sábado, 25 de julho de 2015

MAR AGITADO




Naufrago dos meus sonhos,de sentimentos,que me esmagam,um peso que me acorrenta,e me impede de chegar à tona,um imenso mar sem fim ou sem esperança,um dia a seguir ao outro,sempre tão igual,tão vazio e sem sentido,acompanhado sempre por um mar de sentimentos,revolto e agitado,uma solidão tão cheia de gente à volta,uma angustia sem fim   Um mar de silêncio,o vazio do mar que me cerca,uma dor no sorriso,
os passos sem rumo,a vida sem sentido,um amor que não chega,coração apertado e sem vida,rotinas vazias num corpo sem vontade,aprisionado
sem culpa formada e sem perdão,juiz e carrasco de mim próprio,um eremita em quatro paredes,luto para não me afogar,sem saber qual a razão que me leva a lutar,esbracejo em muda revolta,só visível a outros náufragos,deixo-me boiar no dia a dia,parado no tempo,sem a esperança,que se evapora a cada hora que passa,neste imenso mar que me "engole" mais um pouco a cada dia que passa,areia movediça,lenta mas eficaz.Palavras caladas,guardadas em mim,presas para sempre,ou  
incompreensíveis para quem as ouve,como o louco que ninguém entende.
Emoções nunca sentidas,jamais imaginadas,recusa em aceitá-las,nunca
entendidas,impossibilidade de as traduzir para quem está ao lado.
Há anos neste mar de sentimentos que me afoga,não há dia que não pense em simplesmente parar,deixar este mar reclamar o que tanto pede,deixar esta dor que me acompanha e persegue,tranquilizar esta agitação,e revolta,esta incompreensão e impotência,deixar a tristeza dar lugar à paz que anseio,deixar que o mar se tranquilize,ser apenas um anónimo que passou,que será apagado da memória,com o tempo a onda que,segue uma a seguir à outra,sem sequer percebermos quando foi a primeira e qual será a ultima,tal como um grão de areia que é igual a milhões, e que o mar,este mar de sentimentos,todos os dias cobre e leva na sua viagem,todos os dias penso......

SÓ TENHO MEDO DO DIA EM QUE DEIXAR DE PENSAR

J.C.(2015)


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